Hoje ao ler um blog do qual eu gosto muito (As Minhas Pequenas Coisas) encontrei
este texto e não consegui deixar de o partilhar. Quando isto acotece não há confiança. A maior parte das vezes ela
ou ele têm tanto medo de perder o/a companheiro/a que acaba por ceder a este
tipo de coisas.
Confiança é a base de uma relação e não é por amarmos que temos de
perder a nossa privacidade.
Fica o texto:
O teu namorado de 16
anos não é nervoso, é uma besta
"Enviar-te 35 mensagens durante o dia
a dizer que te ama e a perguntar onde estás não é uma prova de amor. É uma
prova de que ele é um controlador e que, se tu deixas que ele o faça e não pões
um travão a tempo, a coisa só vai ter tendência para piorar ainda mais.
Fazer-te perguntas sobre dinheiro não é
indício de estar atento aos tempos difíceis em que vivemos, e reflexo de uma
educação de poupança. Falar muitas vezes disso indica, isso sim, que um dia ele
vai querer controlar o teu dinheiro. Aliás, se dependesse dele, era ele que
geria já a tua mesada. Quanto gastas. Quando gastas. Em que gastas. Quando
deres por ti, estarás a pedir-lhe autorização para comprar coisas para ti.
Pedir a password do teu e-mail ou da tua
conta de Facebook não é sinal de que vocês nada têm a esconder um do outro. Não
é sinal de que, entre vocês, tudo é um livro aberto. Mesmo que ele insista em
dar-te a password dele. Isso é um sinal de desconfiança permanente. E um passo
grande para o fim da tua privacidade. Sabes o que é privacidade,
certo? É uma zona tua, onde mais ninguém
entra. A não ser que tu queiras.
Os comentários sobre a roupa que usas
ou o novo corte de cabelo não revelam um
ciuminho saudável. Revelam que é ciumento. Ponto. Pouco lhe importa se tu
gostas daquele top, daqueles calções ou daquelas calças apertadas. Entre os
argumentos usados, talvez ele diga que já não precisas de te vestir assim,
porque isso atrai a atenção de outros rapazes e tu já tens namorado. Se não
fores capaz de lhe dizer, na altura, que te vestes assim porque te apetece, não
para lhe agradar, pensa que este é o mesmo princípio que leva muitas sociedades
a obrigar as mulheres a usar burka... Não é exagero. Controlar o que tu vestes
é exatamente a mesma coisa.
Perguntar-te a toda a hora quem é que te
telefonou ou ver o teu telemóvel, à procura das chamadas feitas e atendidas e
das mensagens enviadas e recebidas não é um reflexo de pequeno ciúme. É um
sinal de grande insegurança. Faças tu o que fizeres, dês tu as provas de amor
que deres (na tua idade, o amor ainda tem muito para rolar, mas tu perceberás
isso com o tempo), ele sentirá sempre que é pouco. E vai querer mais, e mais. E
tu terás cada vez menos e menos.
Apertar-te o braço com mais força num dia
em que se chatearam e lhe passou qualquer coisa má pela cabeça não é um caso
isolado e uma coisa que devas minimizar porque ele estava nervoso. Aconteceu
daquela vez e é muito, muito, muito provável que volte a acontecer. Um dia ele
estará mais nervoso. E a marca no teu braço será maior. E mesmo que ele «nunca
tenha encostado um dedo» em ti, a violência psicológica pode ser tão ou mais
grave do que a física.
Gostar de ti mas não gostar de estar com
os teus amigos não é amor. É controlo. E é errado. O isolamento social é
terrível.Continuar a telefonar-te insistentemente depois de tu teres dito que
queres acabar a relação, ou encher-te o telemóvel com mensagens a pregar o amor
eterno, não significa que ele esteja a sofrer muito. Significa, sim, uma
frustração em lidar com a rejeição. E se pensares em voltar para ele, pensa que
da próxima vez que isso acontecer ele vai telefonar-te mais vezes. E enviar-te
mais mensagens.
Guardares estas coisas para ti não é um
sintoma da tua timidez. Não quer dizer que sejas reservada. É uma estratégia de
defesa tua. E um pouco de vergonha, à mistura, não é? E que tal partilhares
isso? Ficarias espantada com a quantidade de amigas tuas que passam por
situações semelhantes.
Talvez a sua filha não leia isto. Mas que
tal mostrar-lhe a revista, para ela pensar um pouco?"
Se queres prolongar o amor
Não permitas que a desconfiança domine a relação.
Ovídio